Quem gosta de plantar e cultivar alimentos ou outros tipos de planta, sabe que uma estufa pode ser muito importante em diversas situações. Seja para proteger as plantas do frio, para abrigar espécies específicas que são mais sensíveis ao vento ou ainda para o desenvolvimento de brotos e mudas que depois serão replantados em outros lugares.
Ter a sua própria estufa requer espaço. Existem muitas opções de estufas “prontas” e também é possível contratar profissionais especializados para a construção do seu espaço de cultivo. Mas também é possível usar a criatividade e um pouco de tempo e disposição para construir a sua própria estufa.
Com esta escolha é possível pensar no projeto com carinho e optar por processo mais sustentáveis e prazerosos, já que “colocar a mão na massa” é também uma maneira de se desligar da rotina e descobrir novas habilidades e possibilidades.
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Para ajudar quem quiser construir uma estufa, separamos algumas dicas que podem ajudar!
Materiais da estufa
A escolha dos materiais é um passo super importante e pode determinar se a estufa vai funcionar como deveria, quanto tempo vai durar sem precisar de manutenção o quão sustentável ela vai ser.
Em países com climas muito frios, ou em algumas regiões do Brasil, as estufas com cobertura de vidro são uma alternativa, já que aumentam bastante a temperatura interna. No entanto o material é sujeito a quebras e o reparo nem sempre é fácil ou barato, sendo muitas vezes necessário chamar um vidraceiro.
Uma boa alternativa é usar lonas de plástico. Neste caso, procure comparar plástico reciclado, que seja o mais durável possível e, quando for fazer a troca, encaminhe a cobertura antiga para a reciclagem.
Um boa dica é tentar reaproveitar materiais que seriam descartados, como garrafas pet para as paredes, pallets para as portas, madeira de demolição e também materiais naturais do próprio local.
Antes de comprar qualquer coisa para a sua estufa, repense: não existe a possibilidade de aproveitar algo no lugar no produto novo? Assim, a estrutura será mais sustentável.
O melhor lugar
Antes de começar a projetar a sua estufa, é importante determinar o lugar que ela vai ocupar. Com isso já é possível ter as medidas básicas de largura e comprimento.
A melhor opção é aproveitar um local que seja naturalmente plano, para não precisar fazer adaptações neste sentido. Nos países muito frios, existem estufas que são construídas abaixo do solo, para garantir abrigo e calor, mas no Brasil esta estratégia dificilmente é necessária.
Ao pensar na melhor localização para uma estufa, você precisa pensar sobre luz e sombra. Para climas mais frios, o ideal é encontrar um local com boa incidência solar e protegido de ventos fortes. Se o vento for muito forte, uma cerca viva pode ser uma estrutura para proteger a estrutura.
Tamanho e forma da estufa
De maneira geral, se houver espaço disponível, uma estufa grande é uma boa alternativa, principalmente para quem vive em locais com invernos mais rigorosos.
Mas antes de projetar uma estufa enorme, pense em quais são as plantas que você cultiva que precisam desta estrutura e qual a quantidade desejada para cada cultivo. Nesse momento de planejamento, vale se perguntar quanto tempo que você vai ter para cuidar destas plantas e da própria estufa.
A forma da estufa também é muito importante. É preciso prestar atenção em possíveis acúmulos de água da chuva ou de folhas no telhado. Para evitar isso, uma boa dica é fazer uma cobertura inclinada ou, no caso de uma estrutura circular como estufas geodésica, ter em mente que a parte superior precisa ser bem firme e esticada para evitar “barrigas” que juntas água.
Se optar por uma estufa em forma de túnel, manter as laterais verticais pode ajudar na limpeza e manutenção. Restringir a parte curvada à área superior é uma maneira de preservar a estrutura e a altura da estufa, sem precisam ampliar tanto a largura da construção.
Aspectos práticos da sua estufa
Muitas vezes, as pessoas só se dão conta dos aspectos práticos do dia a dia depois que a estufa já está pronta. Então, para evitar retrabalho e ajustes na estrutura, é importante prestar atenção em alguns aspectos “básicos” que evitam algumas armadilhas comuns:
- Planeje a irrigação desde o início: existe uma torneira próxima? A mangueira chega na estufa? Caso contrário o vai e volta com regadores e baldes vai ser mais intenso.
- Por mais que as estufas sejam úteis para manter o calor, em países de clima quente como o Brasil, a temperatura pode ficar muito alta. Por isso é importante pensar em aberturas nas duas extremidades para a circulação de ar, assim como aberturas nos telhados. Na hora de escolher os locais de portas e outras aberturas, considere a direção do vento no local.
- Em locais com invernos intensos, um sistema de aquecimento pode ser necessário. Para isso é importante planejar acesso à rede elétrica para os equipamentos ou outras fontes de energia para manter o calor no local.
- Algumas plantas precisam de estacas ou suportes para crescimento vertical. Neste caso, é possível usar a própria estrutura da estufa, como os postes de sustentação. Se for cultivar espécies que precisam de suporte, pense no local eu elas vão ocupar na estufa e já planeje composições como barras cruzadas ou postes internos para isso.
- Pense no acesso para a estufa e na mobilidade dentro dela. Os caminhos até o lugar precisam ser fáceis e, se possível, curtos. E, antes de ocupar todo o espaço com as plantas, pense que você vai precisar circular na estufa com conforto. Afinal, esta atividade tem que ser prazerosa.
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Via CicloVivo.